Durante muitos anos, a gigante Microsoft, com o plano Game Pass, se sobressaiu em relação às outras empresas com seus serviços de assinatura. Infelizmente, houve uma grande mudança no preço, e agora muitos se perguntam: ainda vale a pena manter esse serviço com esse valor?

O novo plano supera — e muito — o preço em relação às outras empresas. Por exemplo, a Sony cobra no plano Deluxe R$ 691,90 ao ano, o que dá, em média, R$ 57,65 por mês. Já o novo valor do Xbox Game Pass é de R$ 119,90 por mês, chegando a R$ 1.438,80 por ano. Sim, você não leu errado. A grande questão é: qual seria a justificativa da empresa?
Segundo a Microsoft, os novos serviços incluídos, como Ubisoft+ Classics e Clube Fortnite, chegarão em novembro. Sério mesmo? Na minha opinião, como jogador e consumidor, ter a Ubisoft no serviço não faz falta. Costumo comprar apenas os jogos dela que realmente gosto, então considero um desperdício. A maioria dos consumidores geralmente faz o mesmo: compra os títulos de interesse e não vê necessidade em assinar.

O único serviço que realmente aprecio é o da EA. Fora esse, não tenho interesse na plataforma da Ubisoft. Quando Assassin’s Creed Shadows saiu, assinei por apenas um mês, joguei e depois cancelei. Não havia razão para manter uma assinatura de algo que quase não oferece conteúdo relevante.
Outra mudança negativa: a Microsoft/Xbox não dará mais jogos no lançamento para os assinantes do serviço Premium (novo nome do plano). Os títulos só entram no catálogo após um ano. Pelo menos ainda entram, se comparado com a Sony, mas é claro que muita gente odiou essa mudança — e não sem razão. O Game Pass se destacava justamente pelo preço acessível e pelas vantagens. Agora, ficou complicado.
EXISTE VANTAGEM AINDA?
Depende do ponto de vista. Mesmo que o serviço mais caro da Sony seja mais barato, o jogador ainda sai em desvantagem nos lançamentos. Um jogo novo pode custar entre R$ 300 e R$ 400.
Nesse ponto, o Game Pass ainda pode compensar. Como assim? Imagine que, pagando R$ 119,90 por mês, o assinante tenha acesso a três lançamentos de cerca de R$ 250 cada. Isso representaria R$ 750. A realidade do brasileiro é complicada: nem todos conseguem desembolsar esse valor à vista. Então, nesse sentido, o Game Pass ainda oferece vantagem.
Afinal, a Sony não dá esse benefício aos seus jogadores, independentemente do tempo de assinatura. Pelo menos poderia incluir lançamentos depois de seis meses. Não seria perfeito, mas já ajudaria bastante.
QUAIS SÃO AS DESVANTAGEM?
Inclusão de Fortnite. Outro ponto que não convence. Para mim — e para muitos — não faz a menor diferença. Foi um verdadeiro “tiro no pé”.
Preço alto.
Serviços desnecessários. A inclusão da Ubisoft não faz diferença para a maioria. Prova disso é o fraco desempenho de Assassin’s Creed Shadows, que não flopou por ser ruim, mas por não entregar o que os jogadores esperavam. Além disso, a Ubisoft não tem lançado grandes títulos ultimamente, o que torna difícil justificar esse valor.
AVERIA UMA SOLUÇÃO
Sim. A Microsoft poderia permitir que os jogadores escolhessem quais serviços adicionais querem incluir no plano. Assim, cada um pagaria apenas pelo que realmente usaria. O preço ficaria mais atrativo e todos ficariam satisfeitos.
Comparando os planos: o Premium da PlayStation ainda é mais caro e oferece menos benefícios. Já o Xbox, mesmo com as mudanças, mantém certa vantagem a longo prazo. Porém, reduzir o tempo de espera para lançamentos — de um ano para pelo menos seis meses — já acalmaria os nervos. Não seria o ideal, mas melhor que esperar tanto.

VANTAGEM PARA QUEM ASSINAVA 3 PLANO?
Nesse caso, até houve vantagem. Em vez de pagar cada plano separado, o usuário paga um valor único um pouco mais barato e ainda mantém o benefício dos lançamentos no primeiro dia. Mas sejamos francos: essa é uma minoria irrelevante. Pouca gente assina todos os serviços ao mesmo tempo.
CONSEQUENCIA
Infelizmente, o impacto no bolso não foi bem recebido. O resultado? Muitos cancelaram ou deixaram de renovar a assinatura. Afinal, de que adianta ter Ubisoft e Fortnite inclusos se o jogador não deseja esses serviços? No fim, paga-se por algo que não será usado.
O ideal seria a empresa permitir a personalização do plano, deixando que cada cliente escolha o que adicionar. Dessa forma, todos sairiam mais satisfeitos.